sábado, 5 de junho de 2010

OS DONS ESPIRITUAIS





Todo movimento de renovação espiritual,
para
ser legítimo,
precisa
aceitar e pôr em prática, de forma irrestrita,
as
doutrinas bíblicas relacionadas à ação do Espírito Santo.
E uma delas é a
existência dos dons espirituais
para
os nossos dias. Os dons são ferramentas que o Espírito de Deus entrega aos crentes, conforme sua vontade
e
propósito, sempre visando à edificação
do Corpo de Cristo                                                    







A Igreja está envolvida numa intensa batalha espiritual. Seus conflitos não se travam contra poderes humanos, mas contra potestades do mal. Por isso, é importante ter recursos espirituais para lutar contra os poderes que escravizam o homem, levando-o ao pecado.     


Os dons são para hoje ou não?

Para os grupos carismáticos e pentecostais, a atualidade dos dons espirituais é um fato incontestável. Mas não ocorre a mesma coisa nas igrejas chamadas de históricas ou tradicionais. Nestas, a não-aceitação da atualidade dos dons sempre foi motivo de discussões e divisões.





Para alguns teólogos, os dons eram apenas para os dias apostólicos, para a igreja primitiva. Quem pensa dessa maneira toma por base o texto de 1Co 13: 8-10. A expressão “quando vier o que é perfeito”, no v. 10, significaria que, ao cessar a era apostólica, ou quando estivesse completo o cânon do Novo Testamento, também cessariam os dons. Contudo, a crença de que os dons eram apenas para o primeiro século da era cristã não é unanimidade nem mesmo dentro das igrejas históricas.





Os argumentos favoráveis à existência dos dons para os nossos dias são muito mais convincentes. Há em 1Co 13: 8-10 uma clara referência à volta de Cristo. Só após a segunda vinda de Cristo é que não mais precisaremos usar os dons.





Jesus prometeu capacitar os crentes para a pregação da Palavra, Lc 10: 19. A história da Igreja confirma o uso dos dons nos seguintes períodos: IV século - Irineu, Tertuliano, Crisóstomo e Agostinho; séculos V ao XV, os valdenses, os albigenses, os jansenitas e os pietistas alemães; no século XIX, os metodistas; os quakers, Wesley, Whitefield, Moody, além de outros que passaram por essa experiência.





A diversidade de dons





Geralmente, ao estudarmos os dons espirituais nos prendemos àqueles mencionados em 1Co 12. Mas há diferentes listas de dons no Novo Testamento:





Romanos 12: 6-8: profetizar, ministrar, exortar, contribuir, presidir e exercer misericórdia. O contexto desses versículos enfatiza que todos somos membros do Corpo de Cristo e dependemos uns dos outros. Cada crente contribui para o crescimento do Corpo, usando o dom específico que tem recebido.





Efésios 4: 11-16: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores-mestres. Através desses ministérios os crentes são equipados para o serviço. À proporção que cada um presta sua contribuição, todo o corpo vai sendo edificado, v. 12, e cada membro em particular vai crescendo e adquirindo maturidade espiritual, vv. 13-16.





1Coríntios 12: 4-10: palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas, interpretação de línguas. Essa passagem, juntamente com os vv. 28 a 31, se complementa ao narrar os dons do Espírito Santo. No v. 7 o apóstolo ensina duas grandes lições. A primeira é de que o Espírito concede dons a cada crente: “a manifestação do Espírito é concedida a cada um...”. Outra lição é a do fim proveitoso dos dons. Não há distribuição de dom sem finalidade específica.





1Coríntios 12: 28: apóstolos, profetas, mestres, operadores de milagres, dons de curar, socorros, governar, variedades de línguas.





1Pedro 4: 10-11: falar, servir. O objetivo dessa passagem é acentuar que, se o crente recebe um dom espiritual, deve empregá-lo a serviço dos outros membros, conforme o poder de Deus e para a glória do Senhor.





Manifestação do Espírito no Antigo e Novo Testamentos





Há uma nítida diferença entre o agir do Espírito no Antigo Testamento e no Novo. No AT, o Espírito Santo agia sobre algumas pessoas específicas, com um propósito especial, dando-lhes capacidade para executarem certas tarefas. Alguns exemplos:


  • Belzaleel recebeu habilidades para trabalhar na obra
    do tabernáculo, Êx 35: 30-31;



  • Otoniel, Gideão, Jefté e outros receberam poder
    vindo do Espírito para livrar e governar Israel;



  • veja também estas ações especiais do Espírito no AT, dando habilidade específicas a certas pessoas para profetizar, Nm 11:26-27; operar milagres, Js 10: 12-13; ter fé, 1Re 18: 23-30; ter discernimento, 2Rs 5: 25-27; ter sabedoria, 1Rs 4: 29 e Gn 41: 25.



No Novo Testamento, no entanto, há uma nova perspectiva sobre o mover do Espírito Santo. Vê-se que o Espírito age irrestritamente no Corpo de Cristo. Ele é o selo que identifica que o salvo é propriedade de Deus, Ef 1: 13; 4: 30. Todo salvo tem o Espírito, Rm 8: 9. O Espírito é quem habilita os crentes para o serviço cristão. Ele é o distribuidor dos dons.



Conclusões

Há algumas importantes lições que temos de ter em mente sobre os dons:


1. devemos procurar com zelo os melhores dons, ou seja, aqueles que trazem edificação aos irmãos, 1Co 12: 31;





2. os dons devem ser usados para o benefício da igreja e não para proveito próprio;





3. cada cristão deve procurar desenvolver seus dons,
1Tm 4: 14 e 2Tm 1: 6;





4. se os dons não forem bem usados poderão provocar confusão no seio da Igreja, causando escândalo à obra de Deus;





5. o exercício dos dons espirituais não indica o grau de espiritualidade de uma pessoa. Compare 1Co 1: 4-7 com
1Co 3: 1-3.
Embora os coríntios tivessem muitos dons, foram chamados de crianças em Cristo. O termômetro para se medir a espiritualidade de um crente é o fruto do Espírito,
Gl 5: 22-23.



6. Os dons só terão valor diante de Deus se forem exercidos com amor.


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Rubens Paes é pastor da IPRB e diretor da Editora Aleluia.
Artigo inserido no site em abril 2007.
Fontes: Revista de EBD Aleluia 58, lição 6, junho de 1999.
Jornal Aleluia de dezembro de 2004.
Página atualizada em 19/01/2010.

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