domingo, 20 de junho de 2010

 O VINHO nos TEMPOS DO NOVO TESTAMENTO
(embriagante ou não)
O Vinho nos Tempos do Novo Testamento
Vinho fermentado ou não fermentado? Segue-se um exame da palavra bíblica mais comumente usada para vinho. A palavra grega para “vinho”, em Lc 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem diferentes de suco de uva: (1) suco não fermentado, e (2) vinho fermentado ou embriagante. Esta definição apóia-se nos dados abaixo.
 
(1) A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco de uva  (ver Aristóteles, Metereologica, 387.b.9-13). (a) Anacreontes (c. de 500 a.C.) escreve: “Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]” (Ode 5). (b) Nicandro (século II a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco daí produzido (Georgica, fragmento 86). (c) Papias (60-130 d.C.), um dos pais da igreja primitiva, menciona que quando as uvas são espremidas produzem “jarros de vinho” [oinos] (citado por Ireneu, Contra as Heresias, 5.33.3-4). (d) Uma carta em grego escrita em papiro (P.Oxy, 729; 137 d.C.), fala de “vinho [oinos] fresco, do tanque de espremer” (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament, p. 10). (e) Ateneu (200 d.C.) fala de um vinho [oinos] doce, que “não deixa pesada a cabeça” (Ateneu, Banquete, 1.54). Noutro lugar, escreve a respeito de um homem que colhia uvas “acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no campo” (1.54). Para considerações mais pormenorizadas sobre o uso de oinos pelos escritores antigos, ver Robert P. Teachout: “O emprego da Palavra Vinho no Antigo Testamento”. (Dissertação de Th.D. no Seminário Teológico de Dallas, 1979).
 
(2) Os eruditos judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego cerca de 200 a.C. empregaram a palavra oinos para traduzir várias palavras hebraicas que significam vinho. Noutras palavras, os escritores do NT entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem fermentação.
 
(3) Quanto à literatura grega secular e religiosa, um exame de trechos do NT também revela que oinos pode significar vinho fermentado, ou não fermentado. Em Efésios 5.18, o mandamento: “não vos embriaguez com vinho [oinos] refere-se ao vinho alcoólico. Por outro lado, em Ap 19.15 Cristo é descrito pisando o lagar. O texto grego diz: “Ele pisa o lagar do vinho” [oinos]; o oinos que sai do lagar é suco de uva (ver Is 16.10; Jr 48.32,33). Em Ap 6.6, oinos refere-se às uvas da videira como uma safra que não deve ser destruída. Logo, para os crentes dos tempos do NT, “vinho” (oinos) era uma palavra que podia ser usada para duas bebidas distintivamente diferentes, extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.
 
(4) Finalmente, os escritores romanos antigos explicam com detalhes, vários processos usados para tratar o suco de uva recém-espremido, especialmente as maneiras de evitar sua fermentação. (a) Columela (Da Agricultura, 12.29, sabendo que o suco de uva não fermenta quando mantido frio (abaixo de 10 graus C.) e livre de oxigênio, escreve da seguinte maneira: “Para que o suco de uva sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas instruções: Depois de aplicar a prensa às uvas, separe o mosto mais novo [i.e., suco fresco], coloque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o bem e revista-o muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não deixe nenhuma parte da ânfora fica acima da superfície. Tire a ânfora depois de quarenta dias. O suco permanecerá doce durante um ano” (ver também Columela: Agricultura e Árvores; Catão: Da Agricultura). O escritor romano Plínio (século I d.C.) escreve: “Tão logo tiram o mosto [suco de uva] do lagar, colocam-no em tonéis, deixam estes submersos na água até passar a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala” (Plínio , História Natural, 14.11.83). Este método deve ter funcionado bem na terra de Israel (ver Dt 8.7; 11.11,12; Sl 65.9-13). (b) Outro método de impedir a fermentação das uvas é fervê-las e fazer um xarope (para mais detalhes, ver o próximo estudo “O Vinho nos Tempos do Novo Testamento”). Historiadores antigos chamavam esse produto de “vinho” (oinos). O Cônego Farrar (Smith´s Bible Dictionary), p. 747) declara que “os vinhos assemelhavam-se mais a xarope; muitos deles não eram embriagantes”. Ainda, O Novo Dicionário da Bíblia (p. 1665) observa que “sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o ano inteiro”.
 
O uso do Vinho na Ceia do Senhor
Jesus usou uma bebida fermentada ou não fermentada de uvas, ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1 Co 11.23-26)? Os dados abaixo levam à conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam no dito ato suco de uva não fermentado.
 
(1) Nem Lucas nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra “vinho” (gr. oinos) no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão “FRUTO DA VIDE” (Mt 26.29; Mc 14.25, Lc 22.18). O vinho não fermentado é o único “fruto da vide” verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz. O vinho fermentado não é produzido pela videira [não é “fruto da vide”].
 
(2) Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a Páscoa. A lei da Páscoa em Ex 12.14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de seor (Ex 12.15), palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador. Seor, no mundo antigo, era frequentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, todo o hametz (i.e., qualquer coisa fermentada) era proibido (Êx 12.19; 13.7). Deus dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (cf. Mt 16.6,12; 1 Co 5.7,8). Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mt 5.17). Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.
 
(3) Um intenso debate perpassa os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre a proibição ou não dos derivados fermentados na videira durante a Páscoa. Aqueles que sustentam uma interpretação mais rigorosa e literal das Escrituras hebraicas, especialmente Ex 13.7, declaram que nenhum vinho fermentado devia ser usado nessa ocasião.
 
(4) Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era comum nos tempos do NT. Por exemplo: “Segundo os Evangelhos Sinóticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida aqui, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a Páscoa na cidade santa; neste caso, o pão e o vinho do culto de Santa Ceia instituído naquela ocasião por Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho não fermentado do culto Seder (ver “Jesus”, The Jewish Encyclopaedia, edição de 1904, V.165).
 
(5) No AT, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse bebida embriagante (Lv 10.9). Jesus Cristo foi o Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hb 3.1; 5.1-10).
 
(6) O valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade espiritual. Logo, assim como o pão representava o corpo puro de Cristo e tinha que ser pão asmo (i.e., sem a corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco de uva não fermentado (cf. 1 Pe 1.18-19). Uma vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e sangue de Cristo não experimentaram corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido nem fermentado.
 
(7) Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, i.e., o agente fermentador “da maldade e da malícia”, porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Co 5.6-8). Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade, i.e., algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança do Senhor, bem como as exigências bíblicas para dela participarmos (Fonte: Bíblia de Estudo Pentecostal, p.1517-19).
 
Portanto, o suco de uva não embriagante e não fermentado é a bebida mais apropriada para representar o sangue de Jesus na Ceia do Senhor. Por coerência, o pão, representativo do corpo de Cristo, deve ser sem fermento. O vinho fermentado é uma bebida alcoólica. Um sacerdote que tome vários goles de vinho dessa natureza por dia, em celebrações várias, tende a se tornar viciado. Qualquer espécie de bebida que contenha álcool é considerada uma droga, capaz de levar a dependência. A cachaça, por exemplo, é uma droga. Os ex-alcoólatras são orientados para não tomarem o primeiro gole, a fim de não desencadear um impulso incontrolável. O fornecimento de bebida embriagante a irmãos nessa situação, por ocasião da Ceia, seria desaconselhável.
 
Estudo correlato: “O Pão, o Vinho e o Corpo de Jesus”
 (MENSSAGEM pastor:anesio z alves)
A QUEM DEUS ESTIMA?
Isaías 66.2 NÃO FORAM AS MINHAS MÃOS QUE FIZERAM TODAS ESSAS COISAS, E POR ISSO VIERAM A EXISTIR? PERGUNTA O SENHOR. A ESTE ESTIMO: AO HUMILDE E CONTRITO DE ESPÍRITO, QUE TREME DIANTE DA MINHA PALAVRA.

Deus concede sua misericórdia aos humildes, porém amaldiçoa os orgulhosos e os auto-suficientes (ver Lc 51-53). A nossa sociedade incita-nos à assertividade e à auto-afirmação. Não permita que a sua liberdade e o seu direito de escolha levem a sua vida para longe do caminho de Deus, que conduz à vida eterna.
(Bíblia de estudo aplicação pessoal)

Uma das boas coisas nesta vida, é poder sentir a estima de familiares e amigos em relação a nós. Aquele que não se sente amado pelos familiares e amigos, acaba se tornando um solitário, triste, abandonado e rejeitado. 
Se é ótimo sermos estimados pelos homens, imagine estarmos sendo alvo da estima de Deus, daquele que é o criador de todas as coisas e Rei supremo do universo. É a glória!
Voltemo-nos para o texto bíblico e vejamos a quem Deus estima: “AO HUMILDE E CONTRITO DE ESPÍRITO, QUE TREME DIANTE DA MINHA PALAVRA”.

HUMILDE: 
A humildade é preciosa aos olhos de Deus (1 Pe 3.4) - revela que mais graça será dada a quem a possuir (Sl 25.9 - Tg 4.6) - conserva a alma na tranqüilidade e contentamento (Sl 69.32,33), e gera a paciência e resignação nos momentos de grandes infelicidades (Jó 1.21). Jesus nos deu o grande exemplo de humildade (Fp 2.6 a 8). As maiores promessas de felicidade são feitas aos humildes (Sl 147.6 - is 57.15 - Mt 5.5 - 1 Pe 5.5). 
(Bíblianet)

A gloriosa Palavra de Deus, não deixa nenhuma dúvida. Deus estima o humilde. A sua graça é derramada no coração daquele que não se julga auto-suficiente, mais que coloca toda sua confiança no Deus Todo-poderoso. O humilde, sabe que depende inteiramente de Deus.
CONTRITO DE ESPÍRITO:
Para os humildes e arrependidos, o Senhor Deus tinha uma promessa graciosa: Ele, que habita no “alto e santo lugar”, habitaria pessoalmente “com o contrito e abatido de espírito”. “Contrito” refere-se a todo aquele que sente-se oprimido pelo pecado e que busca a libertação dessa escravidão.(ver Is 57.15)
(Bíblia de estudo pentecostal)

Quando reconhecemos a nossa miserável condição de pecador, arrependendo-nos dos nossos pecados, e deixando de lado os prazeres pecaminosos deste mundo, passamos a ser estimados por Deus.
PARA REFLETIR: Você se sente estimado por De
us?

terça-feira, 15 de junho de 2010



AS SETENTA SEMANAS DE DANIÉL

Em Daniel 9: 25 lemos: " Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até
Messias, O Príncipe, haverá Sete Semanas e sessentas e duas semanas" ,ou seja, 483 anos, porém aqui não há alusão à morte do Messias, levando-nos à conclusão de que se trata do início de seu Ministério, pois somente no versículo 26 é que se menciona a morte do Messias.....

Mensagem : As setentas semanas de Daniel
Objetivo : Revelação a igreja sobre as setentas semanas
Texto Base : Daniel 9:24 a 27



AS SETENTA SEMANAS DE DANIÉL




Chegou-me as mãos um exemplar do livro " Daniel e Apocalipse" - Segunda edição, ano 1985, cujo autor é o Pastor Antônio Gilberto, um dos expoentes da Teologia Judaizante, publicado pela CPAD - Casa Publicadora das Assembléia de Deus. O capítulo nove do referido livro, vemos o autor abordar as Setentas semanas de Daniel, cuja interpretação é como um vírus que contamina todo o corpo Teológico, sendo o órgão mais afetado a Escatologia. Passaremos a expor o entendimento do alusivo autor e em seguida daremos nossa opinião.



O autor afirma na página 59 : " Se não entendermos bem a profecia das Setentas Semanas, tampouco entenderemos o Sermão Profético de Mateus 24, e nem o Livro de Apocalipse, uma vez que ela abrange esses dois. Quase todo o livro de Apocalipse( caps. 6 a 22) é apenas uma aplicação da profecia preditiva das Setentas Semanas de Daniel. Noutras palavras: Deus deu a Daniel um quadro geral dos eventos futuros relacionados com Israel e a João, no Apocalipse, deu os detalhes desses eventos", logo está claro que uma errônea interpretação dessa profecia, conforme dissemos acima, inexoravelmente irá influenciar toda a Escatologia, nisso tanto o expoente da Teologia Judaizante, como nós estamos de acordo.
Na página 62, o Pr. Antônio Gilberto diz: " A autenticidade desta Profecia foi atestada por Jesus em Mateus 24:15, onde Ele também mostra que a última das setenta semanas é ainda futura, uma vez que o fato ali citado por Jesus ainda não ocorreu depois que Ele proferiu aquelas palavras", vemos aqui que o Autor faz tal afirmação com fulcro nas suas elucubrações Judaizantes, dizendo o que a Bíblia não diz, mas de certa forma há algo de positivo, como veremos adiante, pois o ano 70 DC ainda seria o futuro da época do Ministério de Cristo.



Que Semanas são septetos é de conhecimento de todos os Teólogos, ou seja, as 70 semanas são 490 anos, sendo divididas em 3 grupos, sendo um grupo de 07 septetos(49 anos), outro grupo de 62 septetos(434 anos) e mais outro grupo de 01 septetos(07 anos).
Na interpretação das datas começam as discordância, pois há Teólogos que dizem que se deve iniciar em 457 AC, quando ocorreu o descrito em Esdras 7, e há outros Teólogos que afirmam que se deve iniciar a contagem em 445 AC, quando ocorreu o descrito em Neemias 2, entretanto, considerando que em 526 DC Dionísio ao elaborar o atual calendário, errou nos cálculos, o que não terá acontecido com os cálculos de datas, genealogias etc. de mil anos antes de Dionísio? Portanto, a interpretação das Setentas Semanas deve ser feita de outra forma, a saber: Em Daniel 9:24 o Anjo Gabriel diz que seis fatos irão ocorrer dentro das Setentas semanas, logo se provarmos que os seis fatos já aconteceram, por conseguinte as Setentas semanas já se completaram, assim estaremos livres dos grilhões das hipotéticas datações eivadas de equívocos.
Em Daniel 9: 25 lemos: " Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o Messias, O Príncipe, haverá Sete Semanas e sessentas e duas semanas" ,ou seja, 483 anos, porém aqui não há alusão à morte do Messias, levando-nos à conclusão de que se trata do início de seu Ministério, pois somente no versículo 26 é que se menciona a morte do Messias, APÓS O GRUPO DE 62 SEMANAS, que somados às primeiras 7 semanas fornecem a informação de que o Messias só seria morto depois das 69 semanas de anos e não durante este período, pelo que diz: " DEPOIS das sessenta e duas semanas será morto o Messias".



O Pr. Antônio Gilberto, na página 63 de seu livro, afirma categoricamente que o Messias seria morto no segundo grupo de semanas, portanto os Teólogos Judaizantes dizem o que a bíblia não diz. Analisando o terceiro grupo de semanas, na página 64, o Pastor em tela declara: " Esta semana, a saber a última, é futura. Para ver isso é bastante comparar o versículo 27( Cap. 9) com as palavras de Jesus em Mateus 24: 15, que ainda não se cumpriram. Esta última semana não começará enquanto Israel estiver fora da sua terra, disperso, o que pode ser visto no versículo 26. No começo deste século(XX), Israel iniciou a volta a Palestina e continua o retorno enquanto escrevemos estas linhas( Março/1983)", vejam que a profecia de Daniel foi distorcida pelos Teólogos Judaizantes, os quais não conseguem ver que Mateus 24: 15 se refere à destruição do Templo no ano 70 DC. Tais Teólogos forçam as escrituras a dizer o que não dizem, alguns apelam até para " a lei da dupla referência" dizendo que essa passagem de Mateus também se refere ao futuro distante. Ora, data vênia.
Transcrevemos In totum uma esdrúxula interpretação Judaizante registrada na página 64 do livro em análise: " Há um intervalo de tempo entre a 69ª e a 70ª semanas, indicado no versículo 26, pela expressão e até o fim. Neste intervalo( que já vai para 2000 anos), enquanto Israel é rejeitado( ver Lucas 13: 34,35) a Igreja é formada e arrebatada para o céu. Realmente, à luz de Daniel 9: 24, a profecia das setentas Semanas nada tem com a Igreja, a não ser indiretamente, como já mostramos, no caso do intervalo: e até o fim." Observem até que ponto chega o obscurantismo da Teologia Judaizante, transformaram a Igreja, a qual é A PLENITUDE DE DEUS, conforme Efésios 1: 22,23, num simples parêntesis, quebrando a seqüência lógica e Bíblica das Setentas semanas, baseando-se apenas em "e até o fim".

Voltando ao ponto central do debate, que é Daniel 9:24, onde se lê que dentro dos Setentas Septetos terá de ocorrer os seguintes fatos: 1- A Prevaricação se consume(ou cessar a transgressão); 2- O Pecado tenha o seu fim( ou Dar fim aos pecados);3- A Iniquidade se pague( ou Expiar a iniquidade);4- A Justiça Eterna seja trazida( ou Trazer a Justiça Eterna);5- A Visão e as Profecias se cumpram( ou Selar a visão e a Profecia);6- Ungir o Santíssimo(ou Ungir o Santo dos santos). Os fatos descritos fora dos parênteses são da tradução ao Português da Vulgata Latina, de 1936, Lisboa, enquanto que as mencionadas entre parêntesis das traduções Revista e Corrigida e Revista e Atualizada, bem como de outras mais da atualidade. Quero fazer uma ressalva aos leitores. Quanto mais moderna for a tradução Bíblica, mais eivada de interpretações Judaizantes. Vejam a absurda e estapafúrdia tradução da BÍBLIA VIVA, de Daniel 9: 24 no que tange aos seis fatos em análise: "1- Se afastar do pecado;2- Toda culpa dos JUDEUS será apagada;3-Então o Reino da Eterna Justiça começará;4- O lugar mais Santo, no TEMPLO EM JERUSALÉM, será novamente dedicado, como os profetas prometeram." Observem que a Teologia Judaizante está caminhando para o seu apogeu, ainda não o é, mais coisas assombrosas virão, e ouso até a vaticinar que haverá briga entre Cristãos para poderem sacrificar um animal no futuro templo dos Judeus. Detalhe, eu não esqueci dos outros 02 fatos, a BÍBLIA VIVA mesclou os seis pontos em quatro. Sua tradução Judaizante é tão escancarada que ousaram acrescentar as escrituras o que os demais Judaizantes apenas interpretavam, conforme as palavras que destacamos acima. Infelizmente essas são as traduções que estão chegando às mãos dos Cristãos Neófitos, o que nos dará trabalhos Sansônicos, para não dizer hercúleos, para refutá-los.
Antes de emitir nossa opinião acerca dos seis itens de Daniel 9:24, vamos transcrever a opinião do Pr. Antônio Gilberto, expoente da teologia Judaizante, que consta na página 65 de seu livro: " 1- Cessar a Transgressão, seria o tipo de transgressão dos Judeus, que Daniel acabara de confessar;2- Dar fim aos pecados, seria tornar inativo o pecado;3- Expiar a Iniquidade, seria que a abra realizada por cristo no calvário OPERARÁ ENTÃO em favor dos judeus( Se essa absurda interpretação fosse correta, nenhum Judeu poderia Ter sido salvo até hoje);4- trazer a justiça Eterna, só terá lugar em Israel pela transformação interior, citando inclusive Jeremias 31: 33,35, (Como se essa passagem ainda não tivesse já seu cumprimento, conforme nos ensina o autor aos Hebreus);5- Selar a visão e a Profecia, seria que quando o povo(Judeus) andar em retidão, abandonando as suas transgressões, a visão e a profecia podem ser seladas;6-Ungir o Santo dos santos, diz o Pr. : CERTAMENTE isto tem a ver com a purificação do TEMPLO DE JERUSALÉM que foi profanado pela abominação desoladora, mencionada em Daniel 11: 31 e à qual se referiu Jesus em Mateus 24:15". E Conclui o Pr. Antônio Gilberto, no último parágrafo da página 68, quando finda sua análise das Setentas Semanas de Daniel, dizendo: " É COM O MILÊNIO QUE TERÁ INÍCIO O CUMPRIMENTO DAS SEIS BENÇÃOS DE DEUS SOBRE ISRAEL, PREDITAS NO VERSÍCULO 24 DA PROFECIA QUE ESTAMOS ESTUDANDO.", vejam caros leitores, o cumprimento das palavras do Senhor que diz: " Tende olhos e não vedes", pois o próprio versículo citado por ele diz que as seis bênçãos ocorrerão dentro das Setenta Semanas e não depois.
Passamos a expor a nossa opinião, a qual não é exclusividade nossa, mas o pensamento da Igreja até que os teólogos Judaizantes surgissem: 1- A Prevaricação se consume, ocorreu quando os Judeus disseram: " Não temos Rei, senão César", João 19: 25. A Prevaricação iniciada com o Bezerro de ouro, registrada em Êxodo 32, se consumou na rejeição e crucificação do Messias;2- O Pecado tenha o seu fim. Em Hebreus 9:26 lemos: " ..... mas AGORA, na consumação dos séculos, UMA VEZ POR TODAS se manifestou para ANIQUILAR O PECADO pelo sacrifício de si mesmo", logo o pecado foi aniquilado, tendo seu fim na morte do Messias. Atente para as palavras em destaque;3- A iniquidade se pague. Ora, pagamento de iniquidade é a própria essência da Expiação, portanto esse item ocorreu na morte de cristo, que foi uma morte Expiatória, conforme 53:10 de Isaías;4- Trazer a Justiça Eterna. Em Romanos 3:21-26 está claro que a Justiça de Deus já foi trazida, atentem para o AGORA do versículo 21. No salmo 119:142 lemos: " A tua Justiça é Justiça Eterna";5- As visões e as Profecias se cumpram. Em Lucas 24:25-27 lemos que Jesus se refere a TUDO que os Profetas disseram e elenca o que dele se achava escrito em TODAS AS ESCRITURAS, portanto aquelas profecias do Antigo Testamento, que não foram repetidas no Novo Testamento, foram cumpridas e estão seladas; 6- Ungir o Santíssimo. Só a explicação deste item seria suficiente para provar que os setenta septetos já se findaram. Dizer que um Templo de pedras, argamassa e metais é o Santo dos santos é uma blasfêmia, é não entender que Deus não habita em templo feitos por mãos humanas, é começar pelo Espírito e terminar na carne, pois se o Novo Testamento diz que a Igreja é o Templo de Deus( I Coríntios 3:16), os Teólogos Judaizantes querem fazer Deus semelhante aos Homens, porque na verdade somos nós os homens que começamos pelo Espírito e terminamos na carne. Declaro que o Santíssimo é JESUS DE NAZARÉ , o qual " Deus ungiu com o Espírito Santo e poder", conforme Atos 10: 38, leiam também Atos 4:27 e Isaías 61:1.


Da análise dos seis itens, vemos que os mesmos já foram cumpridos e considerando que deveriam ocorrer dentro dos setenta septetos, concluímos que as Setenta Semanas de Daniel já se cumpriram.
Já sei, os leitores estão se perguntando: E o pacto POR UMA SEMANA? Ora, a Profecia não diz um Pacto com os Judeus, quem diz isso são os Teólogos Judaizantes. Daniel 9:27 fala que ELE fará um PACTO FIRME COM MUITOS EM UMA SEMANA, que é a tradução correta e não POR UMA SEMANA, conforme as atuais traduções Judaizantes. O Pacto é firme, COM MUITOS e EM uma semana, ou seja, um Pacto eterno, com os que crêem, quer sejam Judeus ou Gentios, no meio da última Semana. Em Mateus 26:27,28 lemos: " E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue do NOVO PACTO, o qual é derramado por MUITOS para remissão dos pecados."
Os Teólogos Judaizantes chegam ao ponto de dizer que o ELE é o Anticristo, enquanto que a Igreja sempre interpretou o ELE como sendo o Messias. O ELE é Cristo, o qual no meio da última semana, ou seja, no final de seu Ministério, decorridos três anos e meio de SEU Batismo no Rio Jordão, fez um Pacto Firme, A nova Aliança, com muitos, isto é, com os que NELE crêem, tendo feito cessar as ofertas do Antigo Testamento, pois com seu próprio sacrifício vicário na cruz do calvário, todas as outras ofertas se tornaram desnecessárias e ineficazes, as quais se agora praticadas caracterizarão verdadeiras abominações, razão pela qual o General Romano Tito, em 70 DC, veio como Assolador em meio à Abominação Desoladora.
Sobre os Teólogos Judaizantes se cumpre o que o Apóstolo Paulo disse: "Aprendem sempre, mas nunca chegam ao conhecimento da verdade."

Dados do autor:


Detalhes:
Oficial da PMERJ, membro da UEPMERJ 



(União dos Evangélicos da PMERJ).
Casado e membro da igreja Presbiteriana e Estudante de Direito.
















































sábado, 12 de junho de 2010

vista sua familia a seu modo!!!!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

EVA ANDOU NA PRANCHA
“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-se a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comeres se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu” – Gênesis 3.1-6.
Podemos comparar a primeira tentação como o “andar na prancha de um navio pirata”: ao dar o último passo, a pessoa cai no mar e afunda para sempre.
A tentação de Eva por Satanás por ser conceitualizada em cinco passos.
Passos que podemos ver na tentação de Satanás aos crentes de nossos dias.
1.  Passo número 1: MAXIMIZAR A RESTRIÇÃO.       O passo número 1 encontra-se no primeiro versículo. O hebraico pode ser parafraseado da seguinte forma: “Ora, a serpente era mais matreira do que qualquer criatura selvagem que o Senhor Deus tinha criado. Ela disse à mulher: É verdade que Deus proibiu vocês de comer de todas as árvores do jardim?”.
   Qual é a dinâmica desta passagem? Por que Satanás fez tal pergunta? Obviamente ele sabia o que Deus havia dito a Adão e Eva, do contrário ele não poderia ter feito uma pergunta dessas. Além do mais, deliberadamente ele distorceu o que Deus havia dito: “É verdade que Deus proibiu vocês de comer de todas as árvores do jardim?”. O ardil de Satanás era óbvio: ele queria que Eva desviasse os olhos das coisas que Deus lhe havia dado para desfrutar, e os concentrasse na única coisa que Deus havia proibido. Com toda a probabilidade havia mil coisas agradáveis que Eva poderia ter feito no jardim, mas agora toda a sua atenção se concentrava na única coisa que ela não podia fazer. A este passo podemos chamar de maximizar a restrição.
2.  Passo número 2: MINIMIZAR AS CONSEQÜÊNCIAS.  Eva estava preparada para o próximo passo de Satanás. 
  Em resposta à declaração de Eva de que Deus disse que o comer do fruto da árvore resultaria em morte, Satanás declarou com atrevimento: “É certo que não morrereis”Os resultados de tal ação realmente não seriam tão maus conforme Deus havia dito. A isto podemos chamar de minimizar as conseqüências do pecado.De dois modos Satanás minimizou tais conseqüências:
-   Primeiro, dizendo a Eva que as conseqüências do pecado não seriam tão más como foram declaradas; e,
-   Segundo, finalmente concentrando a atenção da mulher sobre a árvore, de modo tão completo, que ela se esqueceu inteiramente das conseqüências (v. 6).
3.  Passo número 3: DAR NOVO RÓTULO À AÇÃO.  O terceiro passo que Satanás deu podia chamar-se de dar novo rótulo à ação. 
  No versículo 5 ele diz: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.” Aqui Satanás lançou a suspeita na mente de Eva de que não porque o fruto da árvore fizesse mal a ela que Deus havia proibido comê-lo, mas porque ele não desejava que ela fosse igual a ele.
   Satanás foi hábil em tentar remover sua tentação da categoria de pecado, dando-lhe um novo rótulo. Neste caso particular, o comer do fruto foi rerrotulado como um modo de ampliar a consciência, o conhecimento de Eva. Ela se tornaria uma pessoa mais completa se o experimentasse. Antes disto Eva havia pensado no ato como desobediência: agora ela o vê como uma necessidade, se quiser tornar-se uma pessoa completa e madura.
4.  Passo número 4: MISTURAR O BEM COM O MAL.
 Satanás não perdeu um instante sequer para acrescentar outro aspecto à sua tentação, aspecto que se pode chamar de misturar o bem com o mal. O versículo 6 dia: “Vendo a mulher que a árvore era agradável...” A isto poderíamos, também,  dar o nome de misturar o pecado com a beleza.
 A tentação muitas vezes vem na forma de algo belo, algo que apela para nossos sentidos e desejos. Com freqüência é necessário pensar duas vezes antes de percebermos que um objeto ou um alvo belo na realidade é um pecado disfarçado. Neste incidente Eva falhou em discriminar entre o bonito pacote e seu conteúdo pecaminoso. 
5.  Passo número 5: MÁ INTERPRETAÇÃO DAS IMPLICAÇÕES.     Finalmente Eva deu o último passo: a narrativa diz que ela viu “que a árvore era... desejável para dar entendimento”. Em essência, ela engoliu a mentira do diabo. Este passo pode denominar-se má interpretação das implicações.
 Com efeito, ao aceitar a declaração de Satanás, Eva estava chamando a Deus de mentiroso, muito embora ela não tivesse percebido tais implicações. Ela aceitou a Satanás como verdadeiro e a Deus como mentiroso: ao comer do fruto ela estava implicitamente afirmando sua crença em que Satanás estava mais interessado no bem-estar dela do que Deus. O render-se à tentação implicava que ele aceitava a análise de Satanás concernente à situação e não a de Deus.
APLICAÇÃOMuitas das mesmas dinâmicas da tentação de Eva estão presentes em algumas das tentações com que Satanás ataca o crente hoje. Com apenas ligeira introspecção, podemos encontrar, com freqüência, suas táticas de:
-   Maximizar as restrições;
-   Minimizar as conseqüências;
-   Dar novo rótulo à ação; e,
-   Misturar o bem com o mal (ou, misturar o pecado com a beleza).
Fonte: Hermenêutica: Princípios e Processos de Interpretação Bíblica, de Henry A. Virkler, Editora Vida, Capítulo 8 (levemente adaptado).

quinta-feira, 10 de junho de 2010

UM HOMEM (QUASE) FELIZ
II Reis 5.1-19
  “Ora, Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor, e de muito respeito, porque por ele o Senhor dera livramento aos sírios; era homem valente, porém leproso”.  

    Naamã era um homem bem sucedido (era o chefe do exército do rei da Síria).
    Naamã era um homem que tinha seu talento reconhecido pelo próprio rei.

    Naamã era amado por seus soldados.

    Naamã gozava de muito conceito e respeito por todos do seu país.
   
Naamã era um homem abençoado por Deus (por meio dele, Deus dera livramento aos sírios).
   
Naamã tinha uma esposa que o amava e se preocupava com ele.
    Naamã era valente.

    Naamã era feliz?
Não! Naamã era um homem quase feliz.
   
Ele até que poderia ser muito feliz, mas havia um “porém”: Naamã era leproso.
   (Lembre-se que naquela época a lepra não tinha cura; privava o doente do convívio social e levava-o a uma morte diária, lenta, sofrida e solitária).     É exatamente assim que muitas pessoas se sentem.  Apesar de terem alcançado o sucesso profissional e familiar, apesar de gozarem do respeito de todos que o rodeiam, apesar de se sentirem pessoas abençoadas por Deus, apesar de serem valentes e lutadores, não são inteiramente felizes. Há sempre um “porém” que consume suas energias, privando-os da felicidade plena, levando-os a experimentar uma mortificação diária, lenta, sofrida e solitária.

    No entanto, Naamã encontrou a cura do seu mal e a felicidade plena.
 

UM HOMEM QUASE FELIZ
ENCONTRA A FELICIDADE!

    E nós, também podemos encontrar a nossa, se mantivermos as mesmas posturas que ele manteve:
1) NAAMÃ DEU OUVIDOS AO TESTEMUNHO DE UMA PESSOA SIMPLES. “Os sírios, numa das suas investidas, haviam levado presa, da terra de Israel, uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naamã. Disse ela a sua senhora: Oxalá que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samária! Pois este o curaria da sua lepra. Então Naamã foi notificar a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel. Respondeu o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel”.
 Naamã deu ouvidos às palavras de uma menina-escrava. Tanto acreditou que levou o assunto ao seu rei, que o autorizou a viajar para Israel e, ainda, se dispôs a escrever uma carta de recomendação ao rei de Israel.
Esta menina era muito simples; provavelmente, analfabeta. Mas, Naamã acreditou em suas palavras, pois ela falava de algo que conhecia pessoalmente lá da sua terra e não de alguma teoria que aprendera em bancos escolares.
    E nós, quantas vezes temos desprezado o testemunho vivo de alguém tão-somente porque se trata de uma pessoa simples? Será que poderíamos contar quantas vezes o patrão ou a patroa desprezou o testemunho de seus empregados cristãos? Será que teríamos condições de contabilizar quantas vezes o rico não deu ouvidos aos crentes pobres? Ou, quantas vezes o “doutor” desqualificou a palavra de fé das pessoas simples?
Sabe o que a Bíblia diz acerca deste assunto?
    “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus” (I Coríntios 1.27-29).

2) NAAMÃ FOI BUSCAR AJUDA.      “Foi, pois...”.
Quando estamos enfrentando um problema sério na vida, especialmente doenças graves, incuráveis, ficamos como que anestesiados, tão grande é a desgraça que se abateu sobre nós e nossa família.
 “Não tem jeito! Não tem cura! Não tem saída!” Parece que o diagnóstico dos especialistas fica ecoando em nossa mente e nos deixa de mãos e alma amarradas.     Por mais certos que eles estejam, porém, sua perspectiva é puramente humana.
A Bíblia nos diz, por outro lado, que para Deus não existe a palavra IMPOSSÍVEL.
Naamã não se deixou abater com o diagnóstico dos médicos.
    Ele acreditou e tomou uma decisão, uma atitude de fé:
Foi, pois... buscar ajuda em Deus.
Muitas vezes até acreditamos no testemunho de fé das pessoas mais simples, mas ficamos paralisados diante da desgraça e não tomamos a decisão de nos levantarmos para buscar a face de Deus.
Sabe o que a Bíblia diz acerca deste assunto?      “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” – Isaías 55.6.
     “Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” – Hebreus 4.16.

3) NAAMÃ SE HUMILHOU PERANTE DEUS. “... e levou consigo dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro e dez mudas de roupa. Também levou... a carta... Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu. Então este lhe mandou um mensageiro, a dizer-lhe: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne tornará a ti, e ficarás purificado. Naamã, porém, indignado, retirou-se, dizendo: Eis que pensava eu: Certamente ele sairá a ter comigo, pôr-se-á em pé, invocará o nome do Senhor seu Deus, passará a sua mão sobre o lugar, e curará o leproso. Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles, e ficar purificado? Assim se voltou e se retirou com indignação. Os seus servos, porém, chegaram-se a ele e lhe falaram, dizendo: Meu pai, se o profeta te houvesse indicado alguma coisa difícil, porventura não a terias cumprido? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te, e ficarás purificado. Desceu ele, pois, e mergulhou-se no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne dum menino, e ficou purificado”.
Naamã trouxe seu ouro e sua prata: símbolos da sua riqueza pessoal.
     Naamã trouxe dez mudas de roupas finíssimas: símbolos do seu bom gosto.

    Naamã trouxe uma carta de recomendação do rei da Síria: símbolo do seu prestígio.
 Porém, Naamã trouxe também a altivez, o orgulho dentro do seu coração.
 O texto bíblico declara que Naamã esperava que o profeta de Deus viesse recebê-lo à porta – quem sabe – com um tapete vermelho, impressionado com sua riqueza, bom gosto e prestígio e faria um ritual elaborado diante dele, pelo qual estaria disposto a pagar muito bem (se resolvesse o seu problema, é claro).
 Mas, Deus é sábio e resolveu quebrar o orgulho de Naamã por meio do profeta, que, além de nem sair pra fora para ver “o importante general sírio”, enviou um moleque de recado para lhe ordenar que se banhasse sete vezes no barrento Rio Jordão.
 Naamã se revoltou. Revelou o orgulho que havia em seu coração e negou-se a cumprir a ordem do profeta. Não fossem seus soldados a convencê-lo a obedecer, Naamã teria voltado para a Síria exatamente do mesmo jeito que de lá viera. Mas seus soldados o amavam (até chamavam-no de “pai”) e insistiram com ele, e ele cedeu.
 Mesmo contrafeito, tomou o banho da humilhação sete vezes (o número sete é o número-símbolo daquilo que é perfeito ou completo – isto significa que Naamã foi completamente humilhado diante dos seus soldados). Quando Deus viu que Naamã se humilhou, restaurou a sua saúde!
 Quantas vezes nos aproximamos de Deus tentando impressioná-lo com nossa “riqueza pessoal”, com nossas palavras bem elaboradas e com nosso prestígio? Mas Deus não se impressiona com nada destas coisas que nós consideramos importantes, antes, decide humilhar-nos, para que entendamos que qualquer ação Dele em nossa vida é graça, e não mérito humano.
 Quantas pessoas já voltaram para casa sem a benção divina porque não quiseram se humilhar diante de Deus? Talvez tenha se negado a ir à frente para receber a oração ou para admitir publicamente a sua miséria e infelicidade; ou, então, revoltaram-se contra alguma orientação de um homem de Deus.
Sabe o que a Bíblia diz acerca deste assunto?      “Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado” – Mateus 23.12.       “Deus resiste aos soberbos; porém, dá graça aos humildes” – Tiago 4.6.   

4) NAAMÃ CONVERTEU-SE NUM VERDADEIRO ADORADOR. “Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; chegando, pôs-se diante dele, e disse: Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel; agora, pois, peço-te que do teu servo recebas um presente. Ele, porém, respondeu: Vive o Senhor, em cuja presença estou, que não o receberei. Naamã instou com ele para que o tomasse; mas ele recusou. Ao que disse Naamã: Seja assim; contudo dê-se a este teu servo terra que baste para carregar duas mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor”.
Deus impôs a humilhação a Naamã com um propósito: revelar-se a ele.
A cura divina restaurou não apenas o físico de Naamã, mas também sua alma.
Seu corpo foi curado, sim, mas sua visão acerca das coisas espirituais foi totalmente aberta; agora ele sabe que só há um Deus verdadeiro em todo o mundo, o Deus de Israel.
A quantos falsos deuses será que Naamã já havia implorado cura? Somente o Deus verdadeiro supriu sua maior necessidade!
 Todo o ouro, prata e presentes que ele trouxe quer agora dar ao profeta, não para comprá-lo ou impressioná-lo, mas como uma legítima expressão de gratidão por aquilo que Deus fez em sua vida através daquele homem.
(O profeta de Deus não aceita, pois os verdadeiros homens de Deus não se prevalecem destes momentos para arrancar dinheiro ou presentes das pessoas).
Naamã pede, então, para carregar duas mulas com terra. Sim, terra! Quatro sacos de terra. Porque? Para colocar num cantinho de sua casa e ali, sobre aquela pequena porção da terra de Israel, adorar ao Deus verdadeiro. É meio esquisito, é claro, mas foi sua forma simples de expressar que a partir daquele momento ele seria um verdadeiro adorador do Deus de Israel e que nunca mais iria adorar ou oferecer sacrifícios a outros deuses.
Quando Deus abençoa alguém, Sua benção sempre quer ir além daquilo que a pessoa pediu. Junto com a graça solicitada, Deus quer salvar a alma daquela pessoa, por meio da fé em seu único filho, Jesus Cristo.
Infelizmente, muitos que um dia foram curados e abençoados por Deus irão para o inferno, pois rejeitaram um compromisso mais sério com Ele. Querem tão-somente se livrar do sofrimento e voltar o quanto antes ao seu velho estilo de vida.
    Querem a benção, mas rejeitam o Abençoador.
Foi assim com os 10 leprosos que Jesus curou de uma só vez: somente um voltou para agradecer.
Sabe o que a Bíblia diz acerca deste assunto?     “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” – João 3.16.     “... eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” – Mateus 1.20-21.     “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adoração o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem” – João 4.23.

5) NAAMÃ REAVALIOU SEUS CONCEITOS. “Nisto perdoe o Senhor ao teu servo: Quando meu amo entrar na casa de Rimom para ali adorar, e ele se apoiar na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa de Rimom, nisto perdoe o Senhor ao teu servo. Eliseu lhe disse: Vai em paz”.
Tão logo Naamã declarou que nunca mais iria adorar ou oferecer sacrifícios a outros deuses, senão ao Deus verdadeiro, se lembrou que o seu senhor, o rei da Síria, quando entrava no templo do deus Rimom (um deus sírio), gostava de se apoiar na sua mão e ele, Naamã, por respeito ao seu senhor e no cumprimento de seus deveres, também tinha que se encurvar diante da estátua daquele falso deus.
    Agora ele sabe que isto é errado e pede perdão a Deus.
 

    Foi seu primeiro conflito espiritual; sua primeira reavaliação de seus atos e estilo de vida.
Esta é a marca mais legítima daqueles que de fato tiveram uma experiência real e transformadora com Deus: uma total e completa reavaliação de todas as suas atitudes, de toda a sua filosofia de vida e de todas as suas crenças e posturas.
    Tais pessoas querem agora viver de maneira tal que agrade ao Deus verdadeiro.
E quanto a nós? Nossas “experiências” com Deus ou com seu poder têm nos levado a uma tão grande reflexão? Ou, levianamente, continuamos a viver nossas vidinhas do mesmo jeito que antes?
Sabe o que a Bíblia diz acerca deste assunto?     “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” – II Coríntios 17.17.     “Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscências, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vêm a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; nas quais também em outro tempo andastes, quando vivíes nelas; mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca; não mintais uns aos outros, pois já vos despistes do homem velho com seus feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” – Colossenses 3.5-10.
   
Conclusão  
Naamã voltou para casa curado, mas também transformado.
Com foi que isto aconteceu? Como um homem quase feliz encontrou a felicidade?

a) Ele deu ouvidos ao testemunho de uma pessoa simples;
b)
Ele foi buscar ajuda em Deus;
c)
 Ele se humilhou diante de Deus;
d)
Ele se converteu num verdadeiro adorador;
e)
 Ele reavaliou os seus conceitos.

Façamos o mesmo!

UM HOMEM QUASE FELIZ ENCONTRA A FELICIDADE!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

"Como pastor, apascentará o seu rebanho;
entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio;
as que amamentam ele guiará mansamente." Isaias 40:11
"Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu vos consolarei;
e em Jerusalém vós sereis consolados. "
Isaias 66:13
Deus é Espírito, e não tem corpo como os homens... Deus é assexuado (=não tem sexo)
Aprouve a Deus revelar-se a nós como um ser masculino,
mas há também em Deus qualidades humanamente classificadas de femininas,
como os exemplos dos textos acima.

Não há na terra melhor exemplo para ilustrar o amor de Deus, do que o amor de mãe!
Sem dúvida, o amor de mãe é um tipo do amor de Deus!
Deus gera seus filhos - A mãe também gera seus filhos
Deus coloca seus filhos em seu seio - A mãe também coloca seus filhos em seu seio
Deus amamenta (ele dá o leite espiritual aos recém-nascidos espirituais)
- A mãe também amamenta seus filhos

Deus dá também alimento sólido aos filhos já desmamados
- A mãe também dá comida consistente aos filhos já crescidos
Deus toma seus filhos pela mão - A mãe também toma seus filhos pela mão
Deus guia seus filhos - A mãe também guia seus filhos
Deus consola seus filhos - A mãe também consola seus filhos ( Is 66:13 )
Deus ama seus filhos com amor incondicional - A mãe também
Deus ama seus filhos com amor eterno - O amor de mãe também é para sempre

Deus ama seus filhos, antes mesmo do nascimento
- Também a mãe ama o filho desde antes dele nascer
Deus, na pessoa do seu Filho, dá a vida pelos seus filhos
- A mãe também é capaz de dar a vida pelo seu filho
A vontade de Deus para com os seus filhos é boa, agradável e perfeita

- A vontade da mãe para
com os seus filhos também é boa, agradável, e perfeita (= é o melhor!)
Deus deseja ter os seus filhos sempre perto dele - a mãe também!(todos os créditos para o blog do pastor)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Abuso Espiritual  - Parte 1
 
O Problema dos Pastores Profissionais


Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo – Efésios 5:21.
Julgai todas as coisas, retende o que é bom, abstende-vos de toda forma de mal – I Tessalonicenses 5:21/22
Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede - João 6:35.
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão – Gálatas 5:1.
Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor – Gálatas 5:13.
Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória – I Pedro 5:1/4.
Atenção: O material a seguir destina-se à leitura de pessoas maduras e pode ser profundamente perturbador à grande maioria dos leitores. O autor recomenda grande discrição no uso deste material e na exposição do mesmo.
INTRODUÇÃO
Os discípulos do Senhor Jesus, felizmente, eram como todos nós. Isto quer dizer que eram pecadores e falhos como todos nós somos. Nos dias do Antigo Testamento o Salmista se refere ao Deus de Jacó como uma maneira de nos consolar em meio às nossas fraquezas quando diz: Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança está no SENHOR, seu Deus - Salmo 146:5 . A expressão “Deus de Jacó” é uma referência clara ao fato de que Deus está acostumado a lidar com pessoas pecadoras e contraditórias como Jacó e como qualquer um de nós. Bendito seja Deus, o Senhor, que nos ama apesar de sermos o que somos. Mas como falamos no início, os próprios apóstolos do Senhor Jesus não eram diferentes de cada um de nós. Como tal estavam sujeitos às mesmas tentações e desvios de conduta que ameaçam a vida de qualquer um de nós. O registro dos Evangelhos está cheio de circunstância onde o Senhor precisou agir com firmeza para corrigir estas situações anômalas na vida dos Seus discípulos e apóstolos. Uma destas circunstâncias é aquela que trata do pedido de Tiago e João e da mãe deles, que havia decidido agir como se fosse uma verdadeira empresária dos próprios filhos. O pedido em questão, feito ao Senhor Jesus, era o seguinte: Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, pediu-lhe um favor. Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda – Mateus 20:20/21.
O pedido de Tiago e João visava satisfazer a uma das necessidades mais básicas que existem em todos os seres humanos que é ter autoridade sobre outros que são seus iguais! Este é um sério problema dos seres humanos: o desejo de quererem ser “mais” iguais que os outros. É óbvio que os outros discípulos, sendo também humanos, não aplaudiram o pedido feito por Tiago e João. E por que não? Porque cada um dos outros dez discípulos desejava ocupar, ele mesmo, um daqueles lugares à direita e à esquerda do Senhor Jesus, no Seu reino glorioso. De fato o texto bíblico diz que os dez ficaram indignados com os dois irmãos – ver Mateus 20:24. O Senhor Jesus tratou com bastante firmeza aquela situação, procurando mostrar aos discípulos que as regras que deveriam existir entre eles eram diversas das regras que existiam entre as pessoas que não são discípulos de Jesus. Ele disse: Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos. Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos – Mateus 20:24/28.
O princípio que o Senhor Jesus quis ensinar era bastante necessário e urgente naquele momento. A saúde da futura Igreja Cristã iria depender, em parte, da obediência às palavras de Jesus acima mencionadas. Um dos aspectos do verdadeiro Cristianismo que mais encanta este autor é o fato de que nosso Deus e Senhor é sempre nosso exemplo naquilo que demanda de nós. Isto é verdade com relação ao ensino acerca de como se tornar realmente grande entre o povo de Deus. Quando o Senhor Jesus confrontou Seus discípulos, mostrando-lhes como a conduta deles precisava ser diferente do exemplo que viam na humanidade em geral, emendou dizendo que esta havia sido a atitude ou exemplo que estavam recebendo d’Ele. Em outras palavras, Jesus disse aos discípulos que eles pertenciam a uma comunidade de pessoas que eram rigorosamente iguais e que não deveria existir nenhum tipo de interesse dominador por parte de uns sobre os outros como estava implícito no pedido de Tiago e João. O serviço cristão praticado de uns para com os outros produz apenas o bem ao passo que o desejo de dominar sobre outros conduz irremediavelmente a partidarismos, contendas, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas bem como a abusos de toda sorte – ver Gálatas 5:19/21.
Cerca de dois mil anos se passaram desde que o Senhor Jesus ensinou estas verdades. Independente deste fato é com grande pesar que constatamos nos nossos dias, que ainda temos um longo caminho a percorrer quando o assunto é servir uns aos outros como um mandamento que deve valer indistintamente para todos aqueles sobre os quais o bom nome do Senhor foi invocado. Temos observado, com grande tristeza, inúmeros abusos que estão ocorrendo no seio da Cristandade (2) em geral bem como no seio do Cristianismo em particular. Estes abusos têm causado inúmeros males ao corpo de Cristo, que é Sua Igreja, além de destruir por completo inúmeras vidas. Muitos destes que foram abusados perderam a fé e alguns até se tornaram inimigos da fé cristã como conseqüência direta dos abusos que sofreram. É intenção do autor discutir tão delicado assunto visando contribuir para que de alguma maneira possamos seguir no caminho do serviço em vez do caminho do autoritarismo e do abuso espiritual. Nesta questão envolvendo abuso espiritual temos descoberto que não existem inocentes. Lideranças (3) e liderados (4) são igualmente responsáveis pelo descalabro que podemos observar e igualmente culpados pelos males praticados.
A. Liderança como Serviço e não como Senhorio.
1. A Tênue Linha que Separa o Serviço do Senhorio.
Conforme vimos o Senhor Jesus advertiu severamente seus discípulos contra o desejo de se tornarem senhores uns sobre os outros e podemos dizer, por extensão, de se tornarem senhores sobre o povo de Deus. Existe uma linha muito fina entre serviço e senhorio, entre discipulado e dominação. O que temos notado é que em muitos casos a linha se torna tão tênue que é mesmo impossível distinguir onde o primeiro terminou e o segundo começou. A grande maioria das lideranças com as quais convivemos, têm cruzado esta linha sem muita cerimônia e não escondem seu aborrecimento quando confrontadas pelos fatos. Em um próximo artigo falaremos do poderoso arsenal ao qual costumam recorrer para se defender. Não estamos querendo colocar todo mundo dentro de um mesmo saco e por este motivo é importante que mencionemos que existem líderes sensíveis a esta tênue linha e que procuram manter uma posição equilibrada com relação à mesma. Outros há que transgridem o limite, mas se arrependem e voltam ao bom senso representado pelo serviço cristão. Outros há, por fim, que não sabem funcionar se não estiverem completamente do outro lado da linha como senhores absolutos sobre o povo de Deus. Infelizmente, nos nossos dias, este último tipo tem sido bem mais freqüente do que gostaríamos de ver.
 
2. A Questão Representada pela Existência dos “Servos” Profissionais.
 
Outra questão importante para a nossa discussão é a profissionalização da liderança, especialmente, da liderança pastoral. Todos os pastores, sejam de tempo integral, sejam de tempo parcial, sabem que seu sustento e o de suas famílias dependem diretamente das comunidades locais que estão pastoreando. E esta não é uma questão periférica. Muito pelo contrário é uma questão central. Muitos pastores cruzam a linha mencionada no item anterior motivados e movidos por recompensas financeiras e ambição pessoal. Assim continua verdadeiro o princípio mencionado pelo apóstolo Paulo de que o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores – I Timóteo 6:10. Nos últimos anos temos podido notar um número cada vez maior de “servos” profissionais que têm usado o povo de Deus para construir seus pequenos impérios que incluem, entre outras coisas, residências em diversas cidade e países, automóveis, móveis e roupas de luxo, canais de televisão e estações de rádio etc. Estes verdadeiros “senhores”quando confrontados com a dura realidade representada pela Palavra de Deus, muito dificilmente se arrependem, preferindo lançar mão de um poderoso arsenal, que na realidade não passa de um grande besteirol, para justificar seus desmandos.
3. Tanto faz mentor ou tutor, o exemplo vem sempre de cima.
Esta parece ser uma das mais inflexíveis leis na História da Humanidade. O exemplo vem sempre de cima, ou seja, o exemplo estabelecido pela liderança será sempre imitado e servirá de inspiração e motivação para quem está mais em baixo. Se o exemplo for ruim, então as conseqüências serão verdadeiramente devastadoras. Nos dias de hoje é bastante comum, pastores se espelharem nos métodos e na forma de agir daqueles que podem ser percebidos como sendo bem sucedidos. Por sucesso, neste contexto, não estamos nos referindo à fidelidade à palavra de Deus como proposto pelo apóstolo Paulo em I Coríntios 4:2 e sim ao sucesso como percebido pelo mundo e que pode ser medido em números. Fidelidade, como bem sabemos, não é mensurável em números. É necessário que tanto quem lidera quanto quem é liderado seja fiel à revelação bíblica. Este fato, por si só, seria um poderoso antídoto contra todo o veneno que tem sido disseminado no corpo de Cristo, no que diz respeito aos maus exemplos que estão sendo estabelecidos e seguidos. O ensino das Escrituras é claro quanto à responsabilidade de todos os crentes de julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de forma de mal – I Tessalonicenses 5:21/22.

4. Nobreza ou rebelião?
 
O médico Lucas, que nos legou o Evangelho que leva seu nome, também nos deixou um segundo tratado. Estamos falando do Livro dos Atos dos Apóstolos. Neste livro, no capítulo 17, Lucas descreve, entre outras coisas, a visita que Paulo, Silas e o próprio Lucas fizeram às cidades de Tessalônica e Beréia. De acordo com o texto Bíblico a atitude dos bereanos causou profunda impressão nos visitantes. Nas próprias palavras de Lucas os de Beréia, eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim – Atos 17:11.
Nos dias de hoje qualquer um que tente imitar o bom exemplo que nos foi deixado pelos bereanos será rigorosamente tachado de “rebelde”. A atitude inquisitiva que procura confirmar se certas práticas são mesmo bíblicas é definida como rebelião com o acusado sujeito a sofrer grandes abusos por parte da liderança questionada. Este tipo de abuso ocorre em duas frentes. A primeira é quando o líder usa as Escrituras de forma abusiva para ensinar ou justificar práticas que não se sustentam diante de uma análise mais apropriada. Neste caso não importa o que a Bíblia ensina e sim a interpretação particular que foi fornecida pelo líder A segunda ocorre quando o líder ignora por completo a Bíblia e parte para ensinar algo que nem de longe poderia ser justificado pelo ensino das Escrituras. A falta de discernimento e de uma atitude mais positiva, à moda bereana, por parte dos liderados é o elemento singular que mais contribui para que este tipo de abuso espiritual ocorra no seio da Igreja Cristã.
 
5. O que se exige e o que se permite.
 
Outro problema que existe no contexto das relações entre liderança e liderados diz respeito às exigências que pesam sobre a liderança, exigências estas feitas pelo Senhor da Igreja e pela Sua palavra e aquilo que lhes é permitido pelas comunidades às quais ministram. Aquilo que os líderes deveriam estar fazendo e ensinando de acordo com as Escrituras e aquilo que eles estão fazendo na prática normalmente não se encaixam. O grande dilema enfrentado pelos pastores é a enorme inconsistência que enfrentam entre o que Deus demanda e o que as comunidades estão dispostas a tolerar. Como os líderes são normalmente eleitos e sustentados pelas comunidades nas quais atuam este dilema torna-se o mais agudo.

Conclusão.
 
O surgimento de “servos” profissionais produziu no seio da cristandade uma série de fatores que têm feito com que muitos líderes, alguns até bem-intencionados, cruzem a tênue linha que existe entre um ministério legítimo de um completamente ilegítimo. Estes “servos”, em vez de servir, acabam por substituir o verdadeiro discipulado por uma dominação que nada tem de cristã. Em vez de liderar pelo exemplo se tornam “senhores” sobre o rebanho de Deus que, diga-se de passagem, não lhes pertence.


B. Redefinindo certos Termos.

Uma das características mais marcantes dos líderes que praticam o abuso espiritual é a insistência em redefinir certos termos. Palavras acerca das quais estávamos absolutamente certos de conhecermos o significado, de forma precisa, são manipuladas a um nível que as tornam irreconhecíveis. A manipulação é tão extensa e profissional que chegamos a duvidar se alguma vez entendemos, realmente, o significado de certas palavras.

1. Autoridade.

Não existe no seio da cristandade nenhuma outra palavra que seja mais abusada pelos abusadores espirituais do que a palavra autoridade. O ensino bíblico é bastante claro nas afirmativas que faz de que autoridade significa poder exercido de maneira apropriada – ver Mateus 9:6; João 1:12; João 10:17/18 e João 17:2 etc. Por este motivo, todo exercício de poder de maneira imprópria, não é exercício de autoridade e sim de abuso espiritual. Como esta questão é bastante sutil é mais fácil indicar situações onde existe abuso espiritual, ou seja, onde o poder é exercido de maneira não apropriada, do que discutirmos as questões genuinamente semânticas relacionadas a este termo. Líderes acostumados a abusar espiritualmente das pessoas confiadas à sua guarda poderão manifestar as seguintes características:
Estender a autoridade da liderança a áreas da vida que ultrapassam os limites representados por questões morais e de valores apresentados na Bíblia. Um exemplo clássico é quando a liderança quer determinar com quem uma pessoa pode namorar e até casar. Outro aspecto tem a ver com interferências acerca de que profissão seguir e etc.
Impor sanções quando não houver submissão ao item anterior.
Promover um sentimento de culpa generalizado quando não existir conformação automática aos desejos manifestos da liderança.
Rotular as pessoas que resistem serem manipuladas de: insubmissos, orgulhosos, corações endurecidos etc.
Agir como se fosse o próprio Deus na vida das pessoas.
Manipular e torcer a palavra de Deus para conformá-la aos desejos da liderança.
Confrontar de maneira permanente o pecado na vida de todas as pessoas. Quanta hipocrisia pode existir nesta prática é simplesmente impossível de dizer.
Ensinar que as pessoas devem ser julgadas pelas opiniões que possuem acerca da liderança.
Ensinar que não existe verdadeiro discipulado fora do redil em que a pessoa se encontra.
Ensinar que Jesus não é mais todo suficiente – ver João 6:35 - e que é necessário seguir as muitas invencionices, nenhuma delas bíblica, diga-se de passagem, que impõe sobre as pessoas.
Ensinar que inúmeras coisas são pecaminosas quando a própria Bíblia nada diz diretamente acerca destes mesmos assuntos.
Ensinar que ser um verdadeiro seguidor de Jesus significa colocar a vontade de outro, normalmente a vontade do próprio líder, acima da própria vontade.
Transmitir a sensação de que a pessoa está realmente afundando na fé quando ela começa a considerar abandonar o redil em que se encontra.
Fazer com que pessoas rejeitem promoções no serviço, mudança de cidades ou novas oportunidades apenas para se manterem onde estão em completa submissão à liderança.
Torcer de maneira perversa o uso de palavras como obediência e submissão.
Se o leitor se encontra em um ambiente onde qualquer uma destas características está presente, é necessário tomar muito cuidado, pois o perigo de estar sendo abusado espiritualmente é bastante real.

2. Independente.
 
Um teste simples talvez seja a melhor maneira de entendermos como esta palavra tem sido redefinida. Faça o seguinte: escreva no centro de uma folha de papel a palavra “independente”. Depois, escreva outras palavras que lhe vêm à mente e que estejam relacionadas com independente. Terminada esta fase, analise francamente se a palavra “independente” bem como as outras palavras anotadas descrevem alguém de forma positiva ou negativa. Quais são as características de uma pessoa realmente independente. Agora, procure ver o termo independente ou livre, à luz de Gálatas 5:1/13, nomeadamente os versículos 1 e 13. Ser independente significa que temos a liberdade de vivermos não como queremos e sim como devemos. Mas este modo de vida é muito imprevisível para os dominadores. Eles preferem estabelecer regras fixas e rígidas para seus seguidores. Nenhuma independência ou liberdade como ensinada na Bíblia serão toleradas. Na Bíblia, independência e pecaminosidade não mantêm nenhuma relação direta. Paulo era bastante independente por um lado e completamente dependente de Deus por outro.

3. Obediência e submissão.
 
Estas palavras são verdadeiras “pedras-de-toque” no jargão dos abusadores. Obediência cega e submissão inquestionável à liderança são as maiores características dos discípulos na opinião da liderança religiosa abusadora. Amor, fé e esperança são secundários, apesar da Bíblia nos ensinar exatamente o contrário!
 

C. Autocracia na Igreja.
 
O termo autocracia não é usado nesta divisão de forma equivocada como alguns poderão pensar. Infelizmente nossa experiência nos tem mostrado que existem muitos líderes autocráticos nas igrejas cristãs, independente da denominação. A expressão “autocracia” é definida pelo dicionário Aurélio Século XXI como: “Governo de um príncipe, com poderes ilimitados e absolutos”. É realmente uma pena que no meio cristão existam tantos líderes “governando” a igreja desta maneira. Para a grande maioria deste tipo de líderes os irmãos e as irmãs são completamente insignificantes. Bem, como toda regra tem sua exceção, os irmãos e irmãs são importantes somente em um único momento: na hora de contribuir. De acordo com um velho amigo, a maioria das igrejas modernas concedem aos seus membros estes dois direitos inalienáveis:
Pagar as contas. Todas as contas, inclusive os salários daqueles que são abusadores.
Calar a boca. Ou ficar de boca fechada mesmo diante dos maiores descalabros imagináveis.
O governo autocrático ocorre todas as vezes que um determinado grupo, que pode ser chamado de diretoria, conselho, presbitério etc, passa a controlar, com mão de ferro os meios de disciplina. Este controle, diga-se de passagem, é exercido de modo cabal. Nenhum tipo de “má conduta” pode ser nem será tolerado de fato. Toda e qualquer resistência será sumariamente fulminada. A Bíblia e o bom senso cristão submetido ao Espírito Santo são ignorados por completo. O que vale são os interesses do grupo no poder. Qualquer ameaça, seja real ou apenas imaginária é confrontada com toda a força possível, de tal maneira que não reste a menor dúvida acerca de “quem manda”. A sensação de impunidade destes indivíduos beira realmente ao absurdo. São verdadeiros “sacripantas” (5). Mas, como é que tanta barbaridade tem sido cometida no seio de igrejas cristãs? Como é possível que estas formas abusivas de pensamentos e ações permaneçam e sejam justificadas? A resposta a estas perguntas não é realmente muito complexa. O poder é criado e mantido através de um artifício muito simples. Este artifício constitui em sacralizar - atribuir caráter de sagrado - a certas formas de pensamento e de comportamento que privilegiam a classe dominante como se ela fosse melhor ou mais próxima de Deus do que o resto dos cristãos. Levantar-se contra a casta dominante torna-se sinônimo de levantar-se contra o próprio Deus. E isto, meu caro leitor, não pode ser tolerado em nenhuma hipótese. Estes privilégios são, por sua vez, preservados e garantidos mediante o estabelecimento e o controle de mecanismos institucionais que agem e reagem de forma absolutamente “sem misericórdia e sem perdão”, contra toda e qualquer forma de pensamento ou comportamento que não se conforma com o que a autocracia espera ou deseja.
A autocracia é real e suas ações são devastadoras para dizer o mínimo.
Não existe solução alternativa para os abusados que não seja a de sair da instituição e expressar o profundo desprezo que sentem por estes senhores de quinta categoria.


(1) Todas as citações bíblicas neste artigo são da versão de Almeida Revista e Atualizada (ARA) publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil a menos que outra tradução seja indicada.
(2) O autor chamará de “Cristandade” esta religião falsa, espalhada pelo mundo, que se auto-intitula de cristã. Mesmo não gostando do termo “Cristianismo”, pelo reducionismo ideológico que ele causa, o mesmo será usado para se referir à verdadeira igreja cristã espalhada pelo mundo.
(3) O termo “liderança” será usado neste estudo para descrever aqueles que se intitulam, por exemplo, como Apóstolos, Reverendos, Pastores, Bispos, Anciãos, Presbíteros, Diáconos, Ministros do Evangelho, membros da Diretoria ou membros do Conselho etc.
(4) O termo “liderados” define neste estudo, todos aqueles que não se enquadram nos pomposos títulos da nota de número 3.
(5) É com grande pesar que o autor constata que nossos líderes religiosos, independente de se denominarem pastores, presbíteros, diáconos, anciãos, diretores etc, se parecem em demasia mais com o personagem Sacripante, que era pessoa de índole violenta, mau caráter e falsamente piedosa, e que é descrito no poema Orlando Innamorato, de Matteo-Maria Boiardo (1434-1494), e no poema Orlando Furioso, de Luigi Ariosto (1474-1533).

Alexandros Meimaridis
São Paulo – Brasil – Fevereiro de 2007

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